Essa tal maternidade
- Carol Zanoni
- 6 de mai. de 2022
- 1 min de leitura
Recebo uma ligação da creche avisando que meu filho está com febre, comunico ao meu chefe que estou saindo:
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- Mas, e a reunião das 16h? ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
- tenho que ir, remarco a reunião.
Ele ficou com aquela cara que não gostou, e eu, saio cheia de culpa. Culpa por deixar o trabalho inacabado, medo de ser demitida, raiva da produtividade insana que muitas vezes somos submetidas e tantas outras coisas que passam na nossa mente.
Essa é uma história real, que já aconteceu comigo e talvez com você ou alguma mãe que você conheça.
Devido a essa inflexibilidade de horário de trabalho, a falta de apoio que as mulheres têm na criação dos filhos ( porque muitas vezes o pai da criança não assume essa função ou não tem rede de apoio), acabam, por algum motivo, permanecendo em empresas que não entendem as necessidades do mundo materno, e consequentemente as mães acabam ficando para trás no mercado de trabalho.
Mas, também existe, aquelas mulheres que são mais corajosas e enfrentam o julgamento alheio, colocando a questão profissional na mesma importância que a maternidade, e consequentemente são consideradas péssimas mães.

Eu, por fim, saí daquela empresa que não tinha os mesmos valores que os meus, que não entendia que não eram as horas que eu estava ali especificamente que iriam garantir o resultado, mas sim, a minha dedicação, pois iria produzir em poucas horas o que muitos não fazem em horas extras.
Sendo mãe tenho capacidades e energia para dedicar a empresa, assim como para a criação do meu filho.
Eles perderam uma grande profissional e eu ganhei o cargo de CEO da minha vida!
Escolhas… com suas perdas e delícias!
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